Centro de Maceió,
25 de Outubro de 2016.
Foto por: Gisele Nascimento.
Poema Central
Terça-feira, nove da manhã
pelas calçadas da Rua do Comércio pessoas vem e vão
Não olham pro lado, andam de cabeça baixa
Estão a caminho do trabalho, do colégio, quiçá de casa.
E o moço sentado entre as pernas rápidas
sequer tem pra onde ir.
As vezes os olhos param diante dele,
a feição em seguida é de pena
por lamentar o sofrimento do rapaz.
Logo depois viram a cara,
esquecem o que antes pensavam,
Sequer lamentam mais.
A falta de tempo é perceptível na rapidez
das pernas, do pensamento, na compaixão momentânea.
A culpa disso é do cotidiano, da rotina, do ambiente urbano
que nos afasta da humanidade e nos enche de solidão.
Pois não pense você que tempo corrido representa satisfação.
(Gisele Nascimento)
(Gisele Nascimento)
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